Exames moleculares: quando o tempo e a acurácia fazem toda a diferença

Os rápidos avanços nas técnicas de biologia molecular têm revolucionado a prática médica, principalmente com relação ao diagnóstico e ao acompanhamento de pacientes com doenças neoplásicas, infecciosas e genéticas. As técnicas moleculares, em geral, oferecem resultados
consideravelmente mais rápidos e robustos, além de conferirem maior sensibilidade e especificidade. Por conta disso, estas técnicas permitem a construção de conhecimento relevante acerca de enfermidades e suas decorrências, o que resulta, de maneira extremamente ágil, em um
impacto bastante positivo na vida de pacientes e suas famílias.

Entenda como funciona a técnica de PCR em tempo real

A técnica de PCR em Tempo Real, ou PCR quantitativa (qPCR), é uma das metodologias que vêm sendo amplamente utilizadas na rotina de exames moleculares. Esta técnica, desde o seu desenvolvimento, vem revolucionando o diagnóstico molecular. A qPCR tem se tornado o teste
padrão ouro para um diagnóstico mais confiável, sensível e rápido. Ela funciona por meio da utilização de sondas de oligonucleotídeos marcados fluorescentemente e pela monitoração da fluorescência após cada ciclo de amplificação da sequência de interesse – a intensidade de sinal reflete a quantidade de DNA amplificado e o número de ciclos em que a fluorescência é detectada pela primeira vez é usado para calcular o número inicial de moléculas de DNA na amostra, uma vez que o sistema foi calibrado. A possibilidade de copiar e multiplicar uma sequência de DNA específica abriu as portas para o diagnóstico de doenças em várias áreas de forma rápida, precisa, e à medida que o tempo avança a um custo menor.

Quais as vantagens da PCR e para quais exames diagnósticos ela é indicada?

Os métodos mais utilizados anteriomente, como a cultura de bactérias, por exemplo, são muito laboriosos e podem levar dias ou semanas para possibilitar um resultado minimamente confiável. Já o método da PCR quantitativa (qPCR) pode nos dar uma resposta em poucas horas.
Em alguns casos, como por exemplo para o diagnóstico rápido de tuberculose pulmonar, a PCR já foi aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o método de primeira escolha para substituir o método padrão de baciloscopia de escarro, desenvolvido há mais de um século. A justificativa dessa mudança se embasa na possibilidade da obtenção de um diagnóstico precoce, importante para impedir a propagação da doença.

Quando utilizada para detecção de agentes infecciosos, a qPCR possibilita identificar a presença de patógenos mesmo antes da pessoa desenvolver qualquer sintoma da doença, permitindo a tomada de medidas pertinentes e a realização do tratamento adequado de forma a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os custos em saúde. A possibilidade de quantificar a carga viral ou bacteriana, por exemplo, ou de realizar a detecção de múltiplos patógenos, dentro da mesma amostra, em uma única reação (painel ou multiplex) pode ser útil na identificação de agentes infecciosos quando os sintomas não são facilmente caracterizados, além de garantir um diagnóstico bem mais preciso, confiável e rápido.

A qPCR também foi adaptada para detectar os vírus de RNA, tais como o HIV e a Hepatite C, e para analisar os transcritos de RNA associados à alguns tipos de câncer. Em se tratando da área oncológica, os testes de biologia molecular possibilitam ainda a realização da triagem sistemática da ocorrência de mutação em certos genes importantes para o processo tumorigênico, como EGFR, KRAS e BRAF, permitindo uma abordagem clínica direcionada. A análise da presença dessas mutações pode predizer a resposta a determinadas terapias-alvo específicas para o câncer de pulmão, o câncer colorretal ou o melanoma metastático.


O Laboratório Micra de Anatomia Patológica e Citopatologia agora também se coloca como um centro de referência na realização de diagnósticos moleculares.

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